terça-feira, 27 de setembro de 2016

INVENTAR É MISSÃO DE TODO DIA

Quem assistiu à palestra de Ricardo Guimarães durante o 37º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, deve ter notado o chamado que ele fez para as novas narrativas. Confesso que só consegui acompanhar os primeiros 20 minutos da apresentação. Precisei reassumir meu posto junto à TV ABRAPP. Mas a questão das novas narrativas, para mim, bateu forte, mais uma vez. 

Em nosso segmento, a Previdência Complementar, ela tem outros formatos: a linguagem não é simples; é técnica demais. A mensagem não chega ao jovem. O comportamento da sociedade não é de poupança de longo prazo. Fatos! Mas - até onde eu consigo acompanhar - são complexos até mesmo os conteúdos produzidos pelos jornais da tv aberta para, por exemplo, explicar a Reforma Previdenciária, que deve voltar à pauta após as eleições municipais.

Previdência, Previdência Complementar em país ainda jovem dificilmente é assunto trivial. Talvez em países com uma demografia diferente, onde a experiência de uso dos benefícios previdenciários é mais cotidiana. Aqui, ainda tem um tempo para a população vivenciar isso. Mas esse tempo é cada vez menor!

As novas narrativas

Onde eu transito, graças a Deus, consigo perceber uma atenção e uma predisposição a tentar novos formatos de expressão! Talvez seja sutil, mas há uma flexibilidade na aceitação de propostas novas. Deus criou o mundo durante seis dias. Por isso, ele é Deus. Nós temos que criar todos os dias. E não apenas mensagens. Temos que criar as justificativas para que elas se materializem com uma nova estética, apelos repaginados, argumentos reestruturados. 

Uma das minhas experiências com a construção dessas novas narrativas foi na campanha de divulgação do Congresso, que deixou de ser colaborativa - com a mensagem mais espontânea - para se transformar em institucional, com uma mensagem mais dirigida, combinação de imagens estáticas, locução e trilha sonora. Dos nove temas propostos, quatro foram realizados e divulgados pelas redes sociais da Associação Brasileira dos Fundos de Pensão (ABRAPP). No post anterior, também publiquei os vídeos (clique aqui).

Outra mudança foi com relação à realização de entrevistas para falar do planejamento e da montagem do Congresso. Até então, eram produzidas pautas para tratar dos principais movimentos realizados no pré-congresso. Tudo virou uma mensagem mais rápida, dinâmica e muito mais apoiada em imagem do que em explicações.



Claro! Exige muito mais planejamento, imaginação para criar contrastes. A natureza em Forianópolis, por exemplo, está pronta e é exuberante. A concorrência não é justa mas, para fazer o Congresso ser melhor a cada ano, todo mundo encara o desafio! Com a linguagem, não pode ser diferente.

Sem saltos

Ando às voltas com uma leitura bastante envolvente: A história secreta da criatividade - descubra como nascem as ideias que podem mudar o mundo, de Kevin Ashton (MIT). E o interessante da abordagem é que ele se posiciona radicalmente contra o mito do gênio criativo para assumir um estado de atenção focado no processo de criação, traduzido em trabalho, trabalho, trabalho.

"Criar é dar passos, e não saltos: encontrar um problema, resolvê-lo e repetir. A continuação dos passos vence. Os melhores artistas, cientistas, engenheiros, inventores, empreendedores e outros criadores são os que continuam avançando ao deparar com novos problemas, novas soluções, e novos problemas mais uma vez. A raiz da inovação é exatamente a mesma de quando a nossa espécie nasceu: olhar para alguma coisa e pensar "Posso melhorar isso". [p. 51]
E o livro é cheio de exemplos e histórias reais, aquelas que em geral são omitidas para reforçar o mito de que a criação é feita por eleitos. Nada disso! A criação é feita por nós que, todos os dias, buscamos novas expressões e soluções em ideias, palavras, sintaxe e semântica. Que buscamos recursos: imagens, sons, metáforas, analogias para democratizar nosso produto: a Previdência Complementar. 

Somos nós que recuperamos a reputação. Somos nós que cuidamos das avarias na imagem. Somos nós que incansavelmente militamos com a bandeira da Educação Previdenciária nas mãos. Não, não há saltos. Estamos trabalhando ao-rés-do-chão, no alicerce do conceito deste produto, para que a Previdência Complementar supere e se fortaleça nesse cenário de muitas crises e enormes incertezas.



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